No último SPFW tivemos mais uma prova de que tá na moda falar de cultura negra, desde que não fale do negro. Nessa última edição, a Coven, marca mineira conhecida por produzir peças ricas em cores e grafismos em tricot, apresentou um desfile cheio de cores, texturas e acessórios. De acordo com o release, a maior inspiração pra essa coleção foi a África em que:
“valorizando a origem enaltecida pelo vasto continente africano e seus diversos elementos culturais que colorem sua porosidade e simbologia”.
Maaas, o problema é que entre as modelos presentes, apenas 4 eram negras. A justificativa? é aquela que já estamos todos cansados de ouvir. A estilista Liliane Rebehy disse que não conseguiu montar casting composto por negros "por falta de modelos”.
Pois é, manas, em pleno 2017, ainda vemos e ouvimos desculpas desse tipo. E mesmo depois de acompanhar nas redes sociais e sites, diversas modelos negras que têm ganhado o Brasil e o mundo como Aline Carmo, Mahany Pery, Samira Carvalho e muitas outras.
A partir disso temos uma reflexão: será que o mercado de moda está, efetivamente, aberto para a diversidade? Vimos a forma em sua mais bonita apresentação, porém ficou faltando o conteúdo, as modelos negras. O que levanta, mais um questionamento: como falar de África, sem seu principal elemento, o negro?