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Tem paraibana no samba: Conheça Dandara Alves

Ela é a prova de que samba não tem só no eixo Rio-São Paulo. Dandara Alves é uma cantora paraibana que vem ganhando o coração de sambistas de peso como: Dudu Nobre e Neguinho da Beija- Flor. Além cantar muuito, Dandara é sinônimo de força e resistência.

Nós do Tombay, conversamos com ela para saber um pouquinho sobre sua carreira, os desafios de fazer música no Brasil e como é cantar em um ambiente, em sua maioria, masculino.

Confira!

Imagem divulgação. Foto: @valeriamartinsfotografia

1- Em que momento da sua vida decidiu que iria viver de música? Bem, trabalho com a música há aproximadamente uma década, mas exclusivamente com ela, há três anos. Trabalhava como educadora social e cursava faculdade de Nutrição, até o momento em que o amor falou mais alto e não conseguia mais conciliar as outras atividades com a agenda de shows. Decidi viver da música por ser algo que amo, que me dá muito prazer.

2- Quais foram/são os maiores desafios da carreira? Mulher, jovem, negra, nordestina, cantando samba: prazer, meu nome é desafio! Rs Um grande desafio é conscientizar o país de que o samba é patrimônio nacional, que se faz samba de qualidade em todo território brasileiro e não apenas na região sudeste. É preciso abrir os olhos e ouvidos para o que vem do nordeste, existe por lá um cena cultural forte e muito atuante. Mas talvez o maior desafio seja conseguir equidade entre homens e mulheres no tocante as oportunidades e visibilidade.

3- O número de mulheres no samba têm crescido cada vez mais. Para você, qual é a importância de termos mais mulheres no samba? É de fundamental importância a representatividade feminina nos espaços, em todos eles. Nós mulheres precisamos nos sentir representadas. Nossas meninas precisam ver que todas as coisas são possíveis e que elas podem ser o que quiserem.

Imagem divulgação. Foto: @valeriamartinsfotografia

4- Nos seus shows, além de canções próprias, você inclui outros artistas em seu repertório. Quais músicas te tocam mais quando você canta? Me espelho muito nos grandes nomes femininos do samba, então, sempre presentes em meu repertório estão de Ivone Lara, Leci Brandão, Beth Cavalho, Clara Nunes, Jovelina Pérola Negra... entre outras. Pelo pioneirismo dentro de cada vertente que trouxeram, músicas compostas e/ou interpretadas por elas tem grande carga de energia e sempre que as canto, me trazem aquele UP. Também tenho grande respeito as religiões de matriz africana por isso músicas como Filho de Jorge (Juninho Thybal) e Preceito (Toninho Gerais) trazem aquele axé que é quase palpável.

5- Na sua opinião, de que forma a música pode ajudar no empoderamento feminino? Sempre que damos visibilidade a figura feminina, estamos abrindo possibilidade para que todas sejam vistas. Precisamos ser vistas, ouvidas, ter espaço para dar nossa cara, nosso tom para as coisas. Precisamos de mais mulheres em destaque em todas as áreas. A música, pode ser vista como espaço de trabalho, com trabalho a gente fica independente, independente a gente ganha o mundo. Visualizo também a oportunidade de combater de frente as letras sexistas, posturas retrógradas e construir sororidade e equidade.

Imagem divulgação. Foto: @valeriamartinsfotografia

Conheça mais um pouquinho da Dandara aqui:

Créditos do vídeo: Foto e captação: @valeriamartinsfotografia Beleza e direção de imagem: @luanacooper Designer @mariomirandadesigner Produção @hjproducao Edição: @acertevirtual

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