De cara, Rubens Campolino estranhou o convite para ser Papai Noel em um shopping no interior de São Paulo. Afinal, você já viu um homem negro vivendo o Bom Velhinho? Coisas do racismo.
Mesmo desconfiado, o metalúrgico resolveu aceitar o convite. Foi a melhor decisão possível, já que o aposentado está fazendo muito sucesso na internet e entre os visitantes do centro de compras. Coincidentemente, no Dia daConsciência Negra, o senhor de 70 anos comemorou um ano desde que vestiu a roupa de Papai Noel pela primeira vez.
O primeiro Noel negro atende em um shopping na cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo. Rubens Campolino ressaltou a importância da representatividade, principalmente entre os mais novos.
“Eu sou o Papai Noel para todo mundo. As reações das crianças variam, tem crianças negras que acabam comentando que pareço um parente, o pai, o avô e já se sentem em casa”, disse ao G1.
É bom reiterar que o convite foi recebido com surpresa. Claro, em uma sociedade formada a partir da discriminação, é quase impossível encontrar homens negros vestidos de Papai Noel. A imagem é comumente associada aos brancos. Graças a sua esposa, a história foi diferente para Rubens.
“Me procuraram e fizeram a proposta de eu ser Papai Noel. Aí eu respondi: ‘ tudo bem, mas você viu a foto minha?, viu que eu sou negro?’. Aí responderam que eu ia ser o primeiro Noel negro. Minha esposa apoiou e disse que eu tinha que me preparar para reações positivas, mas também negativas. E hoje estou aqui”, finalizou.
O caso de Rubens Campolino ressalta a relevância da quebra de estereótipos. O conceito de diversidade só é colocado em prática a partir de ações que descentralizadoras. Não há espaço para que o negro ocupe sempre o papel de ameaça ou vulnerabilidade. Afinal, quem disse que o Papai Noel não pode ter pele escura e cabelos crespos?
Fonte: Hypeness